PRECIPITAÇÃO QUÍMICA DE ESTRUVITA DERIVADA DE ÁGUAS AMARELAS PARA O REAPROVEITAMENTO DE NUTRIENTES NA FERTILIZAÇÃO AGRÍCOLA

Resumo: Sistemas convencionais centralizados para o abastecimento de água e esgotamento sanitário são muito utilizados em países industrializados, o que implica em altos custos, impactos ambientais consideráveis e elevados consumos de água e energia, não se constituindo em solução sustentável de saneamento para países em desenvolvimento. Desta forma, a implantação do Saneamento Ecológico (Ecosan) em diversos países está sendo vista hoje como uma alternativa inteligente e uma solução definitiva de saneamento, capaz de reverter o quadro atual do ciclo urbano da água. A Ecosan baseia-se nos caminhos naturais dos ecossistemas e no ciclo fechado de materiais, em especial no princípio da reciclagem de nutrientes do saneamento para fins produtivos e na eliminação do carreamento hídrico das excretas humanos e animais.
As águas amarelas são recursos naturais, ricas em nutrientes e que se encontram disponíveis em quantidade elevadas e bem distribuída. É excretado na urina os seguintes nutrientes: o azoto (85 a 90%), o fósforo (50 a 80%) e o potássio (80 a 90%). Com base nos valores nutricionais já identificados quanto à composição da urina humana, crescente é a sua utilização como fertilizante orgânico na produção de alimentos orgânicos.
Outra fonte de matéria-prima viável é a urina animal, em especial de vacas, e são consideradas como excelente alternativa agroecológica de reduzir a dependência do uso de agrotóxicos e outros produtos químicos pelos produtores rurais, principalmente os integrantes da agricultura família.
No entanto, a aplicação da urina na agricultura é muito limitada em função da presença de fármacos (hormônios, antidepressivos e antibióticos), metais pesados e patógenos. Desta forma, o pré-tratamento adequado se faz necessário ao uso, evitando a propagação de doenças. Quanto às concentrações de hormônios e fármacos na urina, essas substâncias são reduzidas em 98% durante o processo de precipitação química de estruvita, substância cristalina que contém minerais em quantidade equimolar (1: 1: 1) de magnésio, de amônia e de fosfato (MgNH 4 PO 4 .6H 2 O). Já em relação aos metais pesados na estruvita, os valores ainda não podem ser detectados.
A separação da urina das fezes, seguida por estocagem, é considerada a forma de tratamento preferível por se mostrar eficiente e simples. Esse método consiste na instalação de equipamentos que promovam a separação na fonte, permitindo a redução dos custos e contribuindo para a diminuição de carga de nutrientes nos sistemas de tratamento de águas residuárias; evita contaminações com microrganismos patogênicos e ainda possibilita na recuperação de nutrientes e sua reutilização para fins agrícolas.

Data de início: 01/01/2017
Prazo (meses): 36

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador RICARDO FRANCI GONÇALVES
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910